Quando Rosalía decidiu nomear um álbum de LUX, luz em latim, ela não estava apenas apresentando um novo trabalho. Ela estava anunciando um manifesto artístico. Essa luz não é a das vitrines pop nem das coreografias virais. É uma luz que busca profundidade, espiritualidade, silêncio e impacto emocional. É a luz que exige pausa e atenção.
O álbum, lançado em 8 de novembro de 2025, chegou como uma obra que desafia qualquer definição simples. De acordo com a revista NOIZE, Rosalía ergue aqui uma verdadeira torre de Babel musical, reunindo mais de 13 idiomas, experimentações que passam pelo flamenco, pela música eletrônica, pela liturgia, pelo canto coral e pela música orquestral. A matéria da NOIZE reforça que essa é uma das criações mais ambiciosas da carreira da artista e, talvez, de todo o pop contemporâneo.
A crítica não demorou a reagir. O portal Terra noticiou que LUX quebrou recordes de streaming no Brasil e internacionalmente, com milhões de reproduções em poucas horas. A Elle destacou que o álbum é uma viagem marcada por referências religiosas, linguísticas e visuais que transformam Rosalía em uma figura quase icônica, vestida de branco e fotografada sobre um fundo azul profundo, numa estética que conversa com o sagrado e o minimalista. Para o portal Tenho Mais Discos Que Amigos, LUX é uma obra que aproxima a cantora de um território quase erudito, dividido em quatro movimentos que lembram uma sinfonia moderna.
Uma arquitetura musical em quatro movimentos
LUX não é um álbum fragmentado. É uma construção. Cada uma das 18 faixas pertence a um movimento maior, onde a artista organiza camadas, ambientes, línguas e ritmos com intenção clara. Essa estrutura, segundo o Tenho Mais Discos Que Amigos, dá ao disco um caráter de obra arquitetônica, quase como se fosse um templo sonoro.
É um projeto que revisita o flamenco e o pop urbano, mas vai além. Rosalía convoca a London Symphony Orchestra para arranjos e texturas orquestrais, segundo informações da Elle e do portal espanhol El País. São violinos que conversam com sintetizadores, corais que se misturam a beats eletrônicos, e versos em catalão, espanhol, inglês e italiano que se encontram com palavras em alemão, japonês e hebraico.
Esse encontro de tradições transforma LUX em algo que não se parece com nada no pop atual. Não é um disco de hits e refrões fáceis. É uma experiência pensada para ser atravessada com fones, como se cada canção fosse uma porta para outra sala.
Uma Babel que não confunde: ela expande
Na matéria da NOIZE, uma das principais curiosidades listadas sobre LUX é justamente o número de idiomas presentes. Rosalía não usa isso como truque estético. Ela usa como linguagem emocional. Cada idioma carrega um tipo de luz, uma textura sonora, uma memória cultural.
A artista não tenta ser poliglota perfeita. Ela abraça o acento, a hesitação, a sutileza. É um gesto de entrega e vulnerabilidade. Elle descreve o processo como uma busca por transcendência artística que não pretende agradar a todos, mas tocar quem estiver disposto a ouvir.
LUX faz com que o pop deixe de ser apenas entretenimento e se torne território de ritual. Quem escuta percebe isso logo nas primeiras faixas, onde vocais femininos soam como mantras e trechos de orquestra evocam uma atmosfera quase de catedral.
Por que LUX importa agora
Vivemos um tempo acelerado. As músicas duram semanas, os desafios de TikTok duram horas, e o consumo cultural se tornou instantâneo. Por isso, LUX importa. Ele rompe com a pressa. A crítica internacional já chamou o disco de pop meditativo, pop espiritual e até pop arquitetônico, como observou o portal Tenho Mais Discos Que Amigos.
Ao lançar um álbum que exige escuta profunda, Rosalía desafia o próprio algoritmo. E o público respondeu. A matéria do Terra mostra que o álbum quebrou recordes de streaming, demonstrando que ainda existe espaço para ousadia em larga escala.
LUX também importa porque amplifica a presença da artista como uma das vozes mais inquietas da música latina. Se Motomami explorava o corpo, a identidade e a ruptura, LUX explora a alma, a devoção e a reconstrução.
Três faixas que abrem caminho para o universo de LUX
Para quem quer começar a mergulhar no álbum, estas três faixas são portas de entrada eficazes:
• Berghain
Um encontro entre eletrônica, coro feminino e versos dilacerados. O Tenho Mais Discos Que Amigos define essa faixa como um choque entre o sagrado e o profano, onde sintetizadores conversam com vozes que parecem ecoar dentro de uma basílica futurista.
• Mio Cristo Piange Diamanti
A canção que a Elle descreveu como uma ária pop. Cantada em italiano, mistura drama, devoção e teatralidade. É a prova de que Rosalía pode caminhar pelo clássico sem perder a energia contemporânea.
• La Rumba del Perdón
Uma volta ao flamenco com honestidade emocional, apontada pela NOIZE como uma das músicas mais íntimas do disco.
Curiosidades do álbum que ajudam a compreender sua dimensão
As reportagens mostram detalhes que ampliam nossa percepção:
• LUX levou quase três anos para ser finalizado, entre Espanha, França, Reino Unido e Estados Unidos (Tenho Mais Discos Que Amigos).
• Rosalía assumiu mais de 90 por cento da produção criativa, mantendo controle quase total do processo.
• A artista realizou audições privadas em várias cidades do mundo antes do lançamento, como círculos de escuta íntimos que criavam atmosfera de rito.
• O álbum parece dialogar com fases anteriores da artista, mas de modo expandido, mais maduro e ainda mais experimental.
LUX é um álbum que não ilumina de uma vez. Ele acende aos poucos. É música para quem aceita entrar em outro tempo e outra atmosfera. É uma obra que não procura o hit, mas a permanência.
Para o RadiosBrasil, LUX representa um momento raro na música pop: o de uma artista global que decide arriscar, experimentar e criar algo que ultrapassa fronteiras e expectativas.
Se Motomami colocou Rosalía no centro do mundo pop, LUX coloca Rosalía no centro da arte. Uma luz que não brilha sozinha. Ela transborda.
